Mórbido? Nojento? Talvez... mas eu faço.
Se há coisa que me azeda o dia nos trajetos quotidianos é assistir à decomposição dos animais atropelados. Ainda que por vezes uma alma caridosa os arraste para a berma a fim de evitar o repisamento, vezes demais o corpo por ali fica. Não aparece o dono para o sepultar nem nenhuma entidade para recolher o cadáver da via publica.
Mas às vezes passo eu e ao ver um novo corpo pesa-me o coração, fico ruim com a vida. Talvez um acidente... Talvez evitável... Talvez premeditado.... Então perante um corpo fresco faço algo que para a maioria das pessoas é parvo, peço ao espírito do animal que parta em paz e sem rancor da humanidade, e se tiver ao meu alcance pego nele e enterro-o. Fico sempre a pensar no sofrimento do possível dono que talvez gostaria de ser ele a despedir-se, mas sinceramente prefiro ser profilática.
Quem me vir a tomar esta atitude certamente fica extremamente enojado e a achar-me demente (aliás tal coisa já aconteceu) mas eu cá sinto-me muito melhor em fazer alguma coisa. Este ano já foram três, dois deles meus conhecidos, todos gatos.
A decomposição é sempre uma visão desagradável mas na via publica é indigna.
Não acho de modo algum nojento, mas sim nobre! Muitas vezes já eu tive vontade de fazer o mesmo, mas infelizmente não sou eu o dono do carro.
ResponderEliminarEnfim, gostei muito de saber. Os meus parabéns!
Que Cernunos proteja todos os pobres animais.
Mr Araújo
P.S- por alguma razão o blogger diz-me que a minha conta não está apta para comentar no teu blog.