sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Pecados Pagãos? - Pedras Mágicas

(fonte da imagem: coviris.blogspot.com)

 
Gemas, âmbar, corais e outros são amplamente usados em práticas mágicas e curativas e não há loja esotérica que não tenha a sua oferta. No entanto a exploração destes produtos está frequentemente ligada a situações de exploração no trabalho e implica custos para a mãe terra, alguns bem pesados e já muito divulgados como é o caso do coral. Ora se paganismo está tão ligado à ética ecológica será o consumo destes produtos correcto?
Para a indústria da moda a exigência de certificação ambiental das explorações e de políticas de segurança no trabalho e Fair Trade já começa a ganhar prestigio e relevância, e algumas marcas já optaram por sintéticos e alternativas vegetais. No entanto, no âmbito da magia a substituição parece ser mais complexa, sendo o principal obstáculo a vibração energética de cada mineral. O que é irónico quando se percebe que a maior parte da oferta disponível é falsa. O meu irmão estudou geologia e é trágico quando as pessoas lhe mostram as suas pequenas colecções de minerais ou amuletos. Para fugir do ar de desapontamento normalmente ele responde algo do tipo: “É pá, parece, não sei. Sabes, às vezes só dá para ver partindo ou fazendo umas lâminas para ver ao microscópio” e depois quando estamos a sós vem aquele abanar de cabeça. No entanto garanto que nunca conheci ninguém que deixasse de usar as suas pedras e de sentir as suas propriedades. Eu própria já tive uma experiência engraçada com uma falsa pedra da lua que parecia atrair gatos. Perdi-a? Ofereci-a? Já não sei.
Mas independentemente de tudo isto será que não é mesmo possível ajustar o nosso consumo e práticas mágicas à ética ecológica? Foi a pensar nisto que cheguei a estas 5 medidas:

  • Preservar ainda com maior cuidado e respeito aqueles que já temos  (isto evita que se tenha de comprar novos)
  • Repensar as nossas necessidades (a maioria das pedras tem mais do que uma propriedade, será possível usar a mesma pedra em diferentes situações?)
  • Procurar materiais e práticas alternativos (é um desafio que vai certamente alargar os nossos conhecimentos)
  • Adquirir produtos com certificação ambiental, Fair Trade, etc (Sai mais caro e exige alguma pesquisa, mas além de ser ético à uma garantia de que o produto é genuíno)
  • Obter minerais em segunda mão (obtém-se essencialmente joias pelo que o preço e a garantia do valor do mineral é variável mas reutilizar é sempre uma boa opção)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Desodorizante Natural Caseiro

   

       Eu não acho que usar desodorizante seja mau aliás sou daquelas pessoas que no Verão vai à casa de banho várias vezes para passar as axilas por água e sabão e reaplicar. Não morro se não o fizer mas no meu caso não acho que seja um exagero. Mas a verdade é que a maioria dos desodorizantes tal como muitos outros produtos de higiene não são absolutamente inócuos para a saúde nem para o ambiente, e estar grávida fez-me recordar o assunto.
       
     Já tinha experimentado antes um desodorizante natural, sem alumínio e à base de salva e limão. Se resulta? Sim e não. Vejamos: apesar de o aroma não ser o mais agradável do mundo e de por vezes arder um pouco no momento da aplicação é muito mais confortável nas axilas, não ficam rígidas, nada de picadas nem pêlos encravados e não me lembro de manchar roupa, pelo menos de forma trágica. E como eu já estava habituada no Verão a ter de lavar e reaplicar ao longo do dia, fazer o mesmo com este não foi novidade. Só não me adaptei muito bem ao preço, por isso, agora que tenho que fazer ainda mais contas à vida decidi procurar uma solução caseira.


       Já tinha ouvido falar que esfregar rodelas de limão funcionava no calor de África, mas fiquei sempre naquela que devia ficar pegajoso, arder, manchar, não sei… alguma coisa deixou-me sempre de pé atrás. Provavelmente a minha mente de quem vive num mundo onde tudo é industrializado, a complicar. Por isso lá fui eu pesquisar e tentar perceber como se usava o limão e verifiquei que é comum adicionar ao sumo, bicarbonato de sódio, água e álcool, segundo parece os dois últimos evitam as manchas.

Assim decidi testar o seguinte:

3 medidas de sumo de limão
1 medida de água
1 medida de álcool

Optei para já em não pôr bicarbonato e fiz pouca quantidade porque não sei quanto tempo aguenta.

Por enquanto está a funcionar bem, as axilas não cheiram a suor, na verdade não cheiram a nada. Está a ter o mesmo tempo de eficácia que verifico nos desodorizantes comerciais e é confortável para as minhas axilas. Provavelmente terei de alterar a fórmula quando chegar o calor mas para agora vai muito bem. 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Lua Cheia nos próximos tempos


     Há momentos em que reclamo comigo própria por me achar pouco prendada mas em matéria de intuição devia ter vergonha de me queixar.
    Estou grávida e não foi por falta de aviso. Já há mais de um ano que me tinha começado a desleixar mas nunca me senti muito ameaçada, sabia que devia atinar mas lá se iam sucedendo mais uns descuidos despreocupados. Até que senti um aviso mais sério "um dia a sorte acaba e a tua está a acabar". "Pois é - pensei eu - já lá vai imenso tempo que deixámos de usar, tenho que atinar."
   Tinha cuidado num dia, baldava me logo no outro, enfim o tempo foi passando e eu comecei a sentir-me cada vez mais preocupada mas parecia que já não conseguíamos voltar à boa prática do preservativo.
   Aproximou-se o Verão e aquele aviso interior tornou-se mais forte "Minha querida a tua sorte acabou, arrisca mais uma vez e vai-te calhar a sorte grande" Desta vez eu levei a sério, senti mesmo que ia acontecer. Visto, que o preservativo exige cuidado dos dois pensei na pílula mas estava a dar os primeiros passos nos cultos do feminino e na reconciliação com a minha menstruação e pareciam me duas coisas incompatíveis. Ah, e claro ainda resticios daquele medo infundamentado de engordar. 
  Correu mais um ciclo e não aconteceu nada "Ufa!!! Que alivio". Mais um ciclo e desta vez a menstruação atrasa "Ai, ai!!!" Bem lá veio. Feliz e contente pensei "Ufa, que alivio!!! Bem, quando chegar Setembro vou à ginecologista pelos serviços da universidade e começo a tomar a pílula. Em Setembro começo o meu mestrado não posso correr riscos. Não é o ideal mas a Deusa entende é preferível à irresponsabilidade".
   Pois bem, adiar decisões dá nisto. Eis que uma semana antes da data prevista para a menstruação dou por mim a pensar "Estou grávida e com a sorte que eu tenho é um rapaz" Visto que das poucas vezes que tive delírios maternais sonhei com raparigas, isto parecia-me trágico. Pego no calendário faço umas contas e "Bolas!!! Desleixei-me mesmo no 14º dia. Ok, calma, não vale a pena entrar em pânico com tanta antecedencia. Não foi, não foi" Os dias passaram-se e eu sempre ansiosa e atenta aos sinais da sua chegada. 25º dia - nada, ... 28º, 29º- nada. "Ok, já estou mesmo desesperada. Respira, tem calma não vale a pena ir já fazer um teste não está propriamente atrasada. Espera uma semana." Comecei na net à procura de testes caseiros, porque não? Sempre me ia entretendo. Fiz três, todos me pareceram indicar positivo. As experiências até estavam a ser engraçadas o raio da menstruação não vir, é que nem por isso. Até que com  3 dias de atraso não aguentei mais e às 7 da manhã estava de pé para ir à farmácia. Fiz o teste e que belo positivo.
    A primeira reacção até nem foi má. Acho que fiquei entusiasmada com o facto da minha intuição e os testes caseiros estarem certos. O segundo dia é que foi pior, lágrimas, lágrimas e mais lágrimas: "O que é que eu fui fazer? Ela avisou-me, eu sabia que não o queria e não o evitei", "Eu não tenho condições." Culpa, culpa e mais culpa. Muita vontade de resolver fácil e racionalmente o assunto recorrendo à IVG mas um medo enorme de me arrepender. Acabei por decidir manter a gravidez por uma questão de coerência interna:
  • desde criança que acho que um voto a favor chega para manter uma vida (o do meu namorado era claramente a favor)
  • no ano anterior tive de acompanhar uma IVG também consequente de 1 ano de desleixo e custou me ver aquilo, fiquei marcada senti que não estava certo chorei por não me ter oferecido para ficar com ela (Enfim era preciso ter lata para fazer o mesmo agora)
  • a deusa avisou e eu ignorei. (Ia recusar aceitar as consequencias dos meus actos? Como é que eu ia manter me ligada à deusa se recusasse uma criança que sentia vinda dela?)
   Em suma, quase nas 23 semanas e felizmente imenso apoio da família e amigos esta bruxinha ainda se está a adaptar ao seu menino. Com muitos dias de desânimo e pânico... mas talvez este primeiro post seja um bom sinal.